sexta-feira, 10 de agosto de 2018

NASCEU!

Como eu falei no post anterior, EU VOLTEI!rsrsrs.

O trabalho está totalmente diferente, mas acredito que muito mais maduro, pelo menos para mim. As ações que eu tomo como partida são: 1- bordar meu figurino usado em 2010 com histórias, imagens e sabores das pessoas que eu encontrar na rua; 2- criar intervenções visuais urbanas com corações de crochê feito à mão + cartão aquarelado e lettering com poesia atrás (a intenção é chegar num estágio de conseguir postar um por dia durante um ano) e; 3- Levar o trabalho do bordado e crochê para a rua em encontros com as pessoas. 
E a dança??? Você pode está se perguntando. A minha dança tem acontecido em micro-movimentos. Penso no ato de borda e crochetar como um movimento que parte de dentro para fora. É um movimento circular que expressa bem o que eu estou sentindo neste momento.

Só para você entender...
Em 2017, enfrentei uma barra enorme com as pessoas que amo. Uma nuvem de doença assombrou a minha vida e eu, logicamente, também adoeci. Desenvolvi Transtorno de Ansiedade Generalizada - TAG e aprendi a conviver com antidepressivos e ansiolíticos. Neste tempo, me afastei de tudo que eu amava. Parei de dançar, de sair com os amigos. Não via graça em nada. Nada me apetecia e eu nunca conseguia terminar nada que eu começava.
Para completar, passei no mestrado e aí que as dúvidas vieram à tona. Acredito que estou melhorando agora, focando nas coisas e retomando meus sonhos e objetivos.
Não. Esse não é um trabalho autobiográfico, mas é também parte do meu eu.
Quem me elevou, além do amor, foram as práticas manuais que eu desenvolvia desde 2016. Retirei todo material guardado (linhas, tesouras, tecidos, máquina de costura etc) e voltei a fazer com calma tudo. É por isso que a ação de utilizar as linhas permanecem com força no trabalho.
São as linhas dos encontros, dos desejos. As linhas são os nós da vida; as amarrações e laços desfeitos.
Tive vários laços desfeitos. Terminei amizades longas (sinto saudade, mas não me arrependo), iniciei outras maravilhosas. Conheci Bispo do Rosário em texto, imagem e, depois, som.
Quando soube que ele era bordadeiro, eu enlouqueci. Que maravilha! (Mas isso é assunto para outro post).

NASCEU.
Hoje, 10-08-2018, fiz a minha primeira intervenção na rua. O local escolhido foi o hospital em que a minha mãe fazia quimioterapia. Precisava ser ali. Coloquei um coração e o cartão em forma de agradecimento. Utilizei a palavra que eu mais ouvi e senti o seu significado : CONFIE.
Estou querendo muito colocar outros mil. 

Gere gentileza e até o próximo post.

A imagem abaixo é um registro deste momento:

#01- Centro de Oncologia do Hospital Universitário de Alagoas.


domingo, 5 de agosto de 2018

Com Gentileza, EU VIM!

Faz aproximadamente 8 anos que iniciei o processo criativo de Poesias de Gentileza.
Tudo começou com a minha entrada, em 2010, no curso de iniciação à dança, promovido pela Escola Técnica de Artes-ETA da Universidade Federal de Alagoas-Ufal. Eu era apenas um adolescente cheio de vontade de crescer e dançar. Encontrei, através da minha querida Valéria Nunes, o desafio de performar pela primeira vez. De imediato, aquilo não fazia menor sentido. Não entendia como havia performances que duravam anos de processo. Pois bem, iniciei minha "carreira" na performance com Poesias de Gentileza.
Muitos amigos da arte e da vida me auxiliaram, produziram e criticaram o trabalho. Eu não sabia a responsabilidade que estava assumindo ao performar um mito brasileiro que foi José Datrino Gentileza (Profeta Gentileza). A arte aconteceu! Performei em vários lugares, com vários públicos, várias vivências.
Minha última apresentação de gentileza foi em 2011. Não aguentava mais, rsrsrs. Muitas pessoas me perguntaram o porquê do término recente do trabalho. Eu pensava: "que louca! Já estou nesse trabalho há um ano", rsrsrsrs.


Poesias de Gentileza no III Universidança, 2011 - foto:Luiz Correia

E agora? ...

Passados 8 anos, muita coisa aconteceu. Terminei a faculdade, ganhei uns quilos a mais, estou no mestrado e TIVE DEPRESSÃO! Sim, é sobre saúde mental que abordará este trabalho, hoje. Tenho um histórico de amigos que sofrem e/ou se mataram por conta da depressão. Conheço de perto as tragédias vividas por quem sofre por esta doença tão bruta. Conheço de perto como as instituições, as sociedades, as pessoas nos enlouquecem. Que mundo é este? Que sociedade é essa?

Entrei em processo criativo antes mesmo de saber que estava, rsrsrs. Fui conhecendo técnicas das artes visuais que me traziam uma vontade de sorrir, conheci as gentilezas. Escrevo hoje para dizer que voltei. VOLTAMOS!
Sem rumo, sem endereço, mas com uma vontade enorme de criar, experimentar e fazer gentilezas.
Não sei qual será a periodicidade das postagens por aqui, mas farei de tudo para atualizar vocês de onde anda as gentilezas.
Ah! Quase que me esqueço de escrever. Há outro artista neste novo trabalho, ele se chama Arthur Bispo do Rosário (Bispo do Rosário). Com calma, eu vou dando as informações.

Ainda não temos uma página no Facebook, nem um Instagram, assim que eu fizer eu aviso. Não fiz ainda porque eu quero continuar de onde eu parei.
Como um dia disse Bispo do Rosário: EU VIM!
Foto: De volta ao processo, 05-08-2018. Todo o material guardado e agora liberto para o mundo.