quinta-feira, 3 de março de 2011

Conheci Gentileza



Nunca, neste quase um ano de performance, tinha me acontecido algo tão mágico. Ela levantou depois que todo mundo tinha terminado, achei que ela não tinha entendido o que estava acontecendo, mas, ela sabia perfeitamente o que fazer. Pegou o pincel e o copo que continha tinta, e, delicadamente, começou a sua obra, a pintar a tela de sua vida, que naquele momento só era alegria. Uma estrela e um coração foram pintados na tela com todo o cuidado.

Sua obra durou aproximadamente 15 minutos, roubando a cena, de boa forma, mostrou a todos que tinha entendido tudo o que eu estava dizendo no meu texto. Ela fez mais do que eu, conseguiu ensinar as pessoas presentes, sem alguma palavra, a importancia de respeitar o espaço do outro, a sinceridade e ainda por cima a GENTILEZA com a tela pintada.
Fiquei fascinado com a cena e confesso que se aquilo fosse ensaiado não seria tão mágico. Ao terminar a minha apresentação, chamei ela e dei um beijo na testa e um abraço bem forte.

Cheguei em casa, chorei de alegria ao ter a consciência de um trabalho bem feito. Ela não sabe, mas me ensinou na prática coisas que eu só tinha visto no papel. Não perguntei o nome dela e resolvi chama-la de Gentileza, pois esta não se encontra nos papéis nem nas regras postas pela sociedade e sim no coração.
Diego Januário



*Fotos : Yuri Ataide
Semana Acalourada da Universidade Federal de Alagoas-UFAL 14/02/2011

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